quarta-feira, 31 de maio de 2017

Antes Que Eu Vá

Drama fantasioso voltado para o público adolescente Antes Que Eu Vá (Before I Fall, EUA, 2016), de Ry Russo-Young, baseado na obra da escritora Lauren Oliver, que utiliza a premissa já vista nos excelentes Feitiço do Tempo (1993) de Harold Ramis e no recente No Limite do Amanhã (Edge of Tomorrow, 2014) de Doug Liman com uma protagonista que acorda sempre no mesmo dia, tentando sair de algo parecido com um pesadelo, de viver um eterno hoje, sem a esperança de um novo amanhã. 

Na trama, Samantha Kingston (Zoey Deutch) é uma jovem que tem tudo o que uma jovem pode desejar da vida: beleza, namorado cobiçado, amigas populares. No entanto, essa vida perfeita chega a um final abrupto e repentino no dia do cupido, 12 de fevereiro, um dia que seria um dia como outro qualquer se não fosse pela da morte de Sam às 12:38 já da madrugada do dia 13... Segundos antes de realmente morrer, ela terá a oportunidade de mudar o seu último dia de vida e, talvez, o seu destino.


O filme começa filosofando sobre o amanhã, se mostra chato ao mostrar a rotina da jovem, fica pior quando ela se torna rebelde e vai melhorando à medida que a personagem principal tenta se redimir de seus erros e mostra certo amadurecimento. Gosto da lição de respeito aos pais, do amor que precisa ser vivenciado entre irmãos, da escolha da pessoa certa para namorar, do respeito às diferenças, da verdadeira amizade e tudo isso o longa mostra implicitamente, sendo praticamente um filme de auto-ajuda para o público jovem.


A trilha sonora do filme incomoda em diversos momentos, especialmente quando quer criar um momento de tensão, ou quando acaba com o clima romântico mostrado em tela. Isso sem falar da falta de qualidade musical nas canções que adolescentes de 16, 17 anos costumam ouvir/cantar. O roteiro de Maria Maggenti falha ao deixar muito claro o que irá acontecer no final, tirando o fator surpresa, mas não deixando o filme desagradável. O elenco está correto, e Zoey Deutch se destaca levando a trama nas costas.


A bíblia nos ensina no Evangelho de Mateus, capítulo 6, verso 34 que não devemos nos preocupar com o dia de amanhã, e vivermos plenamente o hoje, pois o amanhã a Deus perence. "Não vos preocupeis, portanto, com o dia de amanhã, pois o dia de amanhã se preocupará consigo mesmo. A cada dia basta o seu mal." O livro de Provérbios ensina que "Não te felicites pelo dia de amanã, pois não sabes o que o hoje gerará." (Provérbios 27:1)


Assista ao trailer de Antes Que Eu Vá:


sábado, 27 de maio de 2017

Comunicação Não-Violenta

Na tarde deste 27 de maio de 2017, estive com a família em mais um seminário da série Eu e Minha Casa. Dessa vez, escolhemos a palestra do Nando Velasco, sobre o tema Comunicação Não-Violenta.

Foi muito interessante ver, ouvir e aprender acerca de um tema tão pertinente para qualquer relacionamento. A palestra contou com vídeos pertinentes ao tema, slides esclarecedores e a participação e interação do público presente.

Vimos a definição do que é comunicação não violenta? Quais são algumas abordagens simples e eficazes para a resolução de conflitos interpessoais? E de que forma este tipo de comunicação se aplica a relação conjugal e parental?

Agora olhando para essas figurinhas, tem como exercer comunicação violenta com esses pequenos? O jeito então é continuar pegando no pé da esposa e reclamando da toalha molhada na cama, e da sujeira na pia! rsrsrsrs


Comeback - Um Matador Nunca Se Aposenta


Faroeste nacional Comeback - Um Matador Nunca Se Aposenta (Brasil, 2017), de Erico Rassi apesar de apresentar uma narrativa lenta, é forte o suficiente para abordar a questão do envelhecimento e impressionar com suas imagens que revelam um passado não tão distante, onde máquinas de caça-níqueis dominam os bares e restaurantes, e duelam por espaço com as máquinas jukebox.

Aposentado da antiga carreira de pistoleiro, Amador (Nelson Xavier) leva uma vida solitária que nada se compara com os dias de perigo e, principalmente, de temor por parte das pessoas. Um dia qualquer, ele é procurado pelo neto de um antigo amigo, que deseja trabalhar com ele devido à sua fama. Amador deixa claro que será do seu modo e logo o coloca como ajudante de sua atual atividade, o transporte de máquinas caça-níqueis para bares próximos, mas a falta de reconhecimento em relação ao que foi passa a incomodá-lo cada vez mais, especialmente ao rever o álbum onde coleciona notícias de seus feitos.

Estreia na direção de Erico Rassi, este foi o último trabalho de Nelson Xavier, falecido no último dia 10 de maio. A atuação deste está fascinante, assim como todo o cenário onde a história está ambientada. Logo na primeira cena, já temos a trilha sonora encorpando o longa com a canção O Fim,de Altemar Dutra, que aliado a carros antigos nos remete a um tempo longíquo, mas não tanto assim. 

Merece destaque a abordagem dada a questão do envelhecimento, especialmente na relação de Amador com o Senhor interpretado por Everaldo Pontes, um ex-matador que termina seus dias num hospital, sem querer abrir mão da bebida e do cigarro. 

Veja o trailer de Comeback:

quinta-feira, 25 de maio de 2017

Real - O Plano Por Trás da História


Drama histórico baseado em fatos verídicos Real - O Plano Por Trás da História (Brasil, 2017) de Rodrigo Bittencourt, lançado num momento conturbado de nossa história política e econômica, mostra a trajetória de ascensão do plano Real focando no mentor do plano, o economista Gustavo Franco, que fez parte do governo FHC, estando à frente do Banco Central. O filme escapa das armadilhas que poderia facilmente cair, chagando a insinuar pertinentes lições de moral a Lula e ao PT.

Numa época em que o presidente do PSDB e outros comparsas golpistas estão envolvidos nas denúncias de corrupção, eis que surge um filme que parece ter sido feito no intuito de fazer propaganda partidária, mas que se mostra bastante honesto, apresentando os fatos ocorridos, sejam eles comprometedores ou não. Assim, o filme diverte de forma involuntária na caracterização de personagens reais da nossa política, destaque para José Serra (Arthur Kohl), que rouba a cena sempre que aparece. 


O filme é guiado por uma entrevista do orgulhoso, arrogante e inflexível, Gustavo Franco (Emílio Orciollo Neto) a jornalista Valéria (
Cássia Kis Magro) realizada no ano de 2003, onde ele conta como entrou no governo de Itamar Franco (Bemvindo Siqueira) quando ele nomeou Fernando Henrique Cardoso (Norival Rizzo) como o novo Ministro da Fazenda, e por intermédio de Pedro Malan (Tato Gabus Mendes), o professor universitário Gustavo é então convidado a integrar uma verdadeira força-tarefa, cujo objetivo é criar um novo plano econômico.

A narrativa inicia em 1993 mostrando um Gustavo opositor ferrenho de políticas de cunho social, ele é adepto de um choque fiscal de forma que seja criada uma moeda forte, e devolva a dignidade aos cidadãos. Num jantar com amigos, ele ironiza seu amigo, um coxinha clássico que estudou em Harvard e será um CEO em Londres, indagando se ele havia votado no Lula nas últimas eleições. 
Gustavo demonstra então ser um crítico feroz da política econômica adotada pelo governo brasileiro nos últimos anos, prevendo um futuro que segundo alguns, está acontecendo. 

O filme aos poucos coloca Gustavo numa posição de super herói, mesmo ele sendo muitas vezes criticado pelos próprios colegas que divergem de seu pensamento radical, que culmina no epílogo que remete à convocação de Franco, em 2003, pela CPI do Banestado, que investigava as responsabilidades sobre a evasão de divisas para paraísos fiscais. À época, Franco foi indiciado por envio irregular de dinheiro ao exterior a partir das chamadas contas CC5. Mesmo sendo alvo da comissão, Franco torna-se o acusador no longa, elogiando inclusive o trabalho do juiz Sérgio Moro, que na época, já mostrava uma postura adequada no poder judiciário... Algo mais atual impossível. Em seguida, Franco ataca seu inquisidor petista, um fictício deputado bigodudo de nome Gonçalves (Juliano Cazarré), ao sugerir que adeptos do neoliberalismo como ele terão de voltar ao poder para corrigir os erros cometidos pela esquerda.

No pano de fundo, temos o desastre econômico ocorrido pelo câmbio fixado no primeiro mandato de FHC e a compra de votos para a emenda da reeleição que beneficiou o tucano e o futebol, onde episódios relacionados a Copa de 1994 são mencionados no longa. Franco, que não gosta de futebol, vê na copa uma janela para lançamento de sua moeda, enquanto que o povo está mergulhado no afã futebolístico.

A escalação do elenco já chamava a atenção no trailer, pela semelhança dos atores aos personagens. 
Arthur Kohl como José Serra está muito verossímil, assim como Tato Gabus Mendes como o então ministro da Fazenda Pedro Malan, Bemvindo Siqueira interpretando Itamar Franco e Norival Rizzo na pele de Fernando Henrique Cardoso. Emílio Orciollo Neto tem o papel de sua vida nesse longa. Pra mim que esperava ver no filme uma propaganda política antecipada, visando o retorno do PSDB ao poder, até que me agradou o filme ser honesto em sua proposta de adaptação do livro 3.000 Dias no Bunker – Um Plano na Cabeça e um País na Mão, de Guilherme Fuizaméritos do roteirista Mikael de Albuquerque, que não foi maniqueísta, tampouco atiçou a rivalidade partidária que predomina em nosso país.

Segue trailer de Real - O Plano Por Trás da História:

quarta-feira, 24 de maio de 2017

Dia Mundial da Orientação 2017

Na manhã deste 24 de maio de 2017, atendendo aos apelos da Federação Internacional de Orientação (IOF), e o direcionamento da Confederação Brasileira de Orientação (CBO). e da Federação Cearense de Orientação (FECORI), estivemos ministrando uma breve palestra acerca do esporte orientação na Escola André Barros, no bairro Mucuripe, em Fortaleza/CE.

A IOF incentivou a nível mundial, a realização de atividades relacionadas ao Dia Mundial da Orientação, inclusive disponibilizando o site http://worldorienteeringday.com/ para registro dos eventos, a serem realizados principalmente em escolas e voltado especialmente para crianças, com o objetivo de tornar o esporte mais conhecido.

Foi solicitado o apoio da escola André Barros, para realizarmos uma breve apresentação do esporte a 50 crianças que estudam no turno da manhã (da pré escola ao 2º ano do ensino fundamental), e uma atividade lúdica (Jogo da Memória) com itens relacionados a orientação (sinalética coluna D), ou seja símbolos utilizados nos mapas da orientação, que representam um terreno geográfico. 



Foi uma atividade educativa e instrutiva. Com a bússola, descobrimos o Norte e onde ficavam os demais pontos cardeais. As crianças demonstraram interesse e satisfação em conhecer o esporte. Alguns demonstraram ter inclusive aptidão para o esporte.

O esporte praticado pelo atleta Pedro Sahel do Clube de Orientação Desporto e Lazer (CODL), aluno da escola, despertou o interesse das crianças, que o viram trajado com a roupa que usa nas competições, de acordo com as regras do esporte, bem como com as medalhas e troféus conquistados, e alguns dos mapas utilizados, além do jogo da memória que serviu para interação com os demais alunos, numa dinâmica simples e rápida, que contribuiu para a divulgação do esporte orientação. 


terça-feira, 23 de maio de 2017

O Rastro


Filme denúncia O Rastro (Brasil, 2017), de J.C. Feyer, chega aos cinemas com cara de ser um inovador thriller de terror psicológico, que se utiliza dos efeitos sonoros para assustar, sendo que o maior terror exposto em tela, são as consequências da corrupção na saúde pública e a falta de escrúpulos dos gestores públicos que negociam órgãos de pacientes e cobram do Sistema Único de Saúde (SUS) valores de exames não realizados, em pacientes falecidos.

Na trama, João Rocha (Rafael Cardoso) é um jovem e talentoso médico em ascensão, que apesar de ter se formado em medicina e feito residência num hospital público, cuida de atividades burocráticas, como a tarefa ingrata de supervisionar a transferência de pacientes quando um hospital público da cidade do Rio de Janeiro é fechado por falta de verba. Na secretaria de saúde do Estado, ele recebe a missão de coordenar o fechamento justamente do hospital em que se formou, o que o coloca em conflito com o mentor e amigo Heitor (Jonas Bloch). Quando tudo parece correr dentro da normalidade, uma das pacientes, criança, desaparece no meio da noite e João segue em uma jornada sombria e perigosa. Além de ter que lidar com as dificuldades do processo, ele está perto de ter seu primeiro filho ao lado da esposa Leila (Leandra Leal). O personagem é levado por uma esquizofrenia que o levam a um fim trágico.

Apesar de se utilizar das fórmulas do cinema de horror americano, se mostra algo inédito na cinematografia brasileira. Existem algumas cenas clichê, por exemplo na cena onde as janelas estão se fechando e deixando o ambiente na escuridão. Ou quando se bate numa parede e percebe-se a existência de um fundo falso. Apesar da obra ser fictícia, ela ganha espectros na realidade que são altamente críveis, ainda mais quando estamos num país governado por golpistas, que subornam empresários na calada da noite, e apesar da gravação do áudio, permanecem no poder. 

Um dos grandes trunfos do filme é a atuação de Leandra Leal, que merece um parágrafo a parte. Ela costuma escolher bem os seus projetos, e aqui não é diferente. Ela interpreta a esposa do João, que está grávida e que se torna peça importante na trama ao descobrir junto com o público o que levou seu esposo à loucura.  O longa conta também com atuações de coadjuvantes do quilate de Claudia AbreuFelipe Camargo e do falecido Domingos Montagner.



É de se lamentar a ausência de público em filmes nacionais como este, haja visto que acaba fortalecendo a predominância das comédias bobas que tem mais espaços nas salas de cinema. O cinema nacional precisa ser diversificado, ainda mais quando os filmes bons geralmente estão no grupo dos menos prestigiados, enquanto que os sucessos de público, geralmente são filmes banais.


Veja o trailer de O Rastro:

quinta-feira, 18 de maio de 2017

Um Homem de Família

Melodrama Um Homem de Família (The Headhunter’s Calling, Canadá/EUA, 2016), de Mark Williams aborda temas relevantes, mas sem a força necessária para ser marcante. A questão do trabalho x família, da saga para recolocação profissional (algo que estou enfrentando nos últimos meses), a competitividade empresarial, a questão da sexualidade num casamento pós filhos, do enfrentamento de uma enfermidade na família, são assuntos importantes que permeiam o longa, que é um tanto quanto arrastado e não conta com um protagonista de peso.

No filme, Dane Jensen (Gerard Butler), é um implacavél headhunter corporativo de Chicago, que está disputando com uma colega de trabalho Lynn (Alison Brie) a chance de substituir Ed Blackridge, o chefe da empresa (Willem Dafoe), prestes a se aposentar. Ele é o favorito, mas ainda assim precisa bater as metas nos últimos três meses do ano. Enquanto a rivalidade atinge níveis extremos, uma tragédia familiar faz com que ele e sua esposa Elise (Gretchen Molcoloquem na balança suas prioridades.


De início Jensen não acredita se tratar de uma situação grave, e prioriza o trabalho até para ter condições financeiras de bancar o tratamento. Assim, é mais profissional do que pai. Mas lentamente, apesar da gravidade da situação, ele se dá conta de que o momento requer que ele seja mais pai do que profissional.

A montagem do filme me parece não estar correta. O filme não tem um ritmo agradável, as resoluções são previsíveis e o roteiro de Bill Dubuque, que propõe uma redenção não ajuda em nenhum momento. A direção também não ajuda e parece ser manipulada pelos produtores, assim como Jensen manipula os currículos, as expectativas e as vagas para conseguir bater as metas. A crise econômica mundial é abordada como pano de fundo, onde para superar a crise, ao invés de ajustar a vida e diminuir os gastos, manter os padrões é necessário e com isso é preciso trabalhar mais, inclusive aos fins de semana e além do horário comercial, sem dedicar tempo a família. Ele em determinado momento ainda se intitula um herói americano.

O título do filme me incomoda muito, pois Um Homem de Família é exatamente o que o personagem de Butler não é. Sem falar que relembra o excelente Um Homem de Família (The Family Man, 2000) de Brett Ratner com Nicolas Cage no elenco, que é uma refilmagem do clássico A Felicidade Não Se Compra (It's a Wonderful life, 1946) de Frank Capra.  

Segue trailer deste Um Homem de Família (2017):


Segue também trailer do saudoso Um Homem de Família (2000):

Corra!


Filme cômico de horror Corra! (Get Out, EUA, 2017), de Jordan Peele, aborda a questão racial numa era pós Obama e acaba sendo um dos filmes de terror mais curiosos a estrear no cinema nos últimos anos, e faz jus as excelentes críticas que tem recebido, por incomodar especialmente com a curiosidade de que algo suspeito está ocorrendo.

Produzido pela Blumhouse, mesmo estúdio de Atividade ParanormalInvocação do Mal e

Sobrenatural, brinca com o tema racismo de maneira inovadora, apresentando uma família branca, que recruta negros para receberem implante cerebral de idosos brancos, prolongando assim suas existências. Ou seja, os vilões são acolhedores, e verdadeiros lobos em peles de cordeiro.

Na trama, Chris (Daniel Kaluuya) é jovem negro que está prestes a conhecer a família de sua namorada caucasiana Rose (Allison Williams). A princípio, ele acredita que o comportamento excessivamente amoroso por parte da família dela é uma tentativa de lidar com o relacionamento de Rose com um rapaz negro, mas, com o tempo, Chris percebe que a família esconde algo muito mais perturbador.


Apesar dos receios de Chris, de que os pais aceitariam o fato dele ser negro, Rose responde que seus pais votariam novamente no Obama. No trajeto do casal interracial para o interior, já nos assustamos com o atropelamento de um cervo e o clima só fica mais sombrio, inclusive com os empregados da família, que são negros, e possuem um comportamento altamente suspeito.

A trilha sonora do filme chama atenção especialmente nos minutos iniciais, tanto no prólogo quando um negro é violentado e sequestrado e nas imagens de uma floresta em movimento, até o corte para fotos de negros esportistas, e na cena em que Chris está tomando banho. O roteiro do filme é consistente, ao apresentar Rod Williams (Lil Rel Howeryo amigo de Chris, que fica cuidando de seu cachorro, e é um policial negro da TSA (agência do governo americano, que atua para segurança no transporte, especialmente o aéreo). O fato do diretor já ter realizado filmes de humor, tornam esse terror diferente, por ter momentos engraçados, apesar da tragédia anunciada. O alívio cômico é essencial nesse tipo de filme e Lil Rel Homery cumpre bem esse papel.

As atuações estão boas, Daniel Kaluuya se destaca, mas chamo a atenção de Catherine Keener, interpretando Missy Armitage, a mãe branca que é especialista em hipnose (ela é sempre uma coadjuvante de destaque), e Caleb Landry Jones, interpretando Jeremy Armitage, o irmão branco, que tem a aparência muito parecida com a de Heath Ledger, e se escolher bem seus papéis, pode ter um futuro promissor.

Confira o trailer de Corra!


terça-feira, 16 de maio de 2017

O Poderoso Chefinho (revendo com as crianças)


Revi com a família a 34ª animação da Dreamworks Animations O Poderoso Chefinho (The Boss Baby, EUA, 2017), de Tom McGrath. Dessa vez, ficamos até a cena pós créditos, onde o mago nos convida a sairmos da sala escura, com as crianças se divertindo em frente a tela grande. Deu vontade de rever o filme, que já está há mais de 45 dias em cartaz (uma raridade!) quando meu bebê Luca Izahel estava vendo o trailer e imitando o personagem que ele chama de Nenén. O filme é ideal para crianças quem tem irmãos e se identifica com muita coisa colocada em tela, inclusive o amor que é construído na relação parental de filhos de mesmos pais.


A cena inicial mostra a suposta origem dos bebês, onde os fofos são enviados para famílias e os menos bobos vão para a gerência da BabyCorp trabalhar em prol dos bebês, para que eles não deixem de ser produzidos. Após os créditos de abertura, a animação conta então a história de um garoto inventivo chamado Francis, que vive uma vida feliz com seus pais, até a chegada de seu irmão, que ele descobre ser um bebê falante que usa terno e carrega uma maleta misteriosa, chega de táxi e na surdina arma um plano para resgatar os prestígios dos bebês que aos poucos estão sendo substituídos por cães de estimação.

Após as desavenças iniciais, o bebê une forças com seu irmão mais velho invejoso para impedir que um inescrupuloso CEO acabe com o amor aos bebês no mundo. A missão é salvar os pais, impedir a catástrofe e provar que o mais intenso dos sentimentos é uma poderosa força. O filme possui algumas referências que os adultos podem pegar, como Marry Poppins (quando um dos vilões pousa num guarda chuva) e O Senhor dos Anéis (quando o mago/despertador diz: Você não vai passar!!!) A dublagem de Giovanna Antonelli como a mãe das crianças não compromete. A relação competitiva de irmãos, comparada com as relações corporativas é muito interessante.

Segue trailer 2 de O Poderoso Chefinho:

segunda-feira, 15 de maio de 2017

A Promessa

Drama histórico A Promessa (The Promise, Espanha/EUA, 2016), de Terry George entrou no circuito, apesar de não ter apelo popular e estar voltado a um público que acompanha o cinema de arte, e apresenta o segundo maior genocídio já ocorrido: o massacre de mais de um milhão de armênios, durante a Primeira Guerra Mundial, jamais admitido pela Turquia. Assim, o filme acaba sendo oportuno ao abordar uma temática presente nos jornais atuais (a imigração da Síria, a perseguição aos cristãos), e tudo isso com um triângulo amoroso de pano de fundo e não o inverso, como era esperado.

O longa nos apresenta Michael (Oscar Isaac numa atuação segura e competentíssima), como um jovem armênio que sonha em estudar medicina, mas não tem dinheiro para arcar com os estudos. Por isso, ele promete se casar com uma garota de seu vilarejo, na intenção de receber o dote (400 moedas de ouro). Com o dinheiro em mãos, Michael viaja à Turquia e lá faz seus estudos durante os meses finais do Império Otomano. Neste contexto, conhece a armênia Ana (Charlotte Le Bon) e se apaixona, embora a professora namore o fotógrafo americano Chris (Christian Bale). O triângulo amoroso se forma, mas a guerra está prestes a iniciar...


É incrível a qualidade do design de produção (direção de arte impecável), que poderia ter sido realizado no estilo novela da record, mas que foi muito bem realizada, tanto na retratação do período, com no figurino adequado, para mostrar que passados 100 anos, ainda não evoluímos e cometemos as mesmas atrocidades do início do século passado... É fato que nos dias atuais muitos são mortos e perseguidos por questões étnicas, territoriais e religiosas. Por mais que o filme seja maniqueísta ao apresentar turcos como vilões malvados e armênios como ingênuos e bonzinhos, ele logra êxito em sua proposta, com uma trilha sonora agradável, fotografia bem explorada e atuações consistentes dos atores principais e do elenco de apoio.

Veja o trailer de A Promessa.

domingo, 14 de maio de 2017

2ª Etapa do VII Circuito ParkTour de Orientação (Sprint)

Na manhã deste 14 de maio de 2017, dia das mães, aconteceu a 2ª Etapa do VII Circuito ParkTour de Orientação (Sprint), n10º Deposito De Suprimento, no bairro Dias Macedo.
Tanto eu quanto o Sahel estávamos inscritos, e chegamos cedo ao local da prova. Após o breafing e o hasteamento do pavilhão nacional, deixei o Sahel num local apropriado para os pequenos e fui largar no minuto 1, com um certo atraso, mas que não me comprometeu.
Fiz a prova em 24min 37seg e acabei ficando com a segunda colocação, que me colocam provisoriamente na liderança do campeonato. Após o término da minha prova, ainda acompanhei o Sahel na HN1 e me surpreendi com o rendimento do meu primogênito, que fez sua prova em 15 minutos... Após a prova, ganhei uma foto com a minha mãe.

sábado, 13 de maio de 2017

O Dia do Atentado


Drama documental baseado em fatos reais, O Dia do Atentado (Patriots Day, Hong Kong/EUA, 2016), de Peter Berg apesar de ser patriota, como muitos filmes americanos, emociona ao mostrar a história real da série de atentados terroristas ocorridos durante a Maratona de Boston em 2013 de forma orgânica e multifocal, exaltando o poder do amor para vencermos o mal.

Em sua essência o longa lembra um pouco o recente Horizonte Profundo – Desastre no Golfo, do mesmo diretor e também conta com Wahlberg no elenco. Percebe-se que ele tem produzido muito esse tipo de filme. A trama é centrada nos incidentes ocorridos durante a Maratona de Boston do ano de 2013, evento que reúne milhares de pessoas e que foi palco de um ato terrorista, quando dois jovens explodiram bombas, matando algumas vítimas e deixando outras com sequelas graves, inclusive com amputamento de membros inferiores.

O filme aborda como um grupo formado pelo Sargento da Polícia Tommy Saunders (Mark Wahlberg), o Agente Especial Richard Deslauries (Kevin Bacon), o Comissário da Polícia Ed Davis (John Goodman), o Sargento Jeffrey Pugliese (J.K. Simmons) que junto com bravos sobreviventes se uniram para identificar e capturar os responsáveis pelo ato terrorista, antes que eles pudessem fazer novas vítimas. A cena do centro de comando, onde o suspeito de boné branco é identificado e os passos deles são perseguidos com a ajuda de Tommy é sensacional.

O grande mérito do filme é ele ter uma abordagem múltipla. Ele apresenta cada personagem de forma coesa, nas horas que antecedem o evento, demonstrando como está o relacionamento de Tommy com sua esposa Carol Saunders (Michelle Monaghan) e os problemas físicos enfrentados por ele, especialmente em seu joelho, Mas o destaque não é só para o personagem de Wahlberg, cada coadjuvante, inclusive os vilões da triste realidade são bem apresentados em suas rotinas. O roteiro está coerente e somos informados o tempo todo onde estamos na linha de tempo. Os atos estão bem divididos também antes das explosões, procura por suspeitos e captura dos suspeitos. 

O uso de imagens reais é bem encaixado na trama, aumentando ainda mais a veracidade do que está sendo contado. O filme não esconde as falhas ocorridas no processo de captura dos terroristas mulçumanos, deixando claro que o vilão da história é o mal, que conduz pessoas extremistas a fazerem barbaridades. A polícia apesar do certo despreparo demonstrado em alguns momentos, foi ovacionada pela população após efetuarem a prisão dos envolvidos.

O filme termina mostrando o que aconteceu com os principais envolvidos após o incidente. Os personagens reais surgem, e vemos como os atores foram bem em seus papéis. A Boston Forte, acaba também sendo representada no filme, de modo que um incidente trágico serviu para unir uma comunidade. Desde já, deixo minha sugestão para Peter Berg dirigir um longa sobre o trágico acidente ocorrido com o avião da Lamia que transportava o time da Chapecoense.


Confira trailer de O Dia do Atentado:

Amor Provado


Na tarde desse 13 de maio de 2017, fui com a família para o Seminário Amor Provado, ministrado pelo casal Erik e Roberta. Estávamos acompanhados do Fabrício e da Jordana e do Josias. Os meninos ficaram brincando no parquinho.

A proposta do seminário, era abordar as questões conjugais pertinentes a casais com 11 a 19 anos de casados. Passados os primeiros anos de ajustes no casamento, quais são as adequações necessárias na  fase do amor provado? Como tornar o perdão uma prática contínua? Como vivenciar a transição dos filhos da infância para a adolescência? Quais são os desafios das mudanças do corpo e da mente? Como encontrar tempo para investir na relação a dois?

Esses questionamentos são sempre necessárias para aprimorar o casamento. Graças a Deus pela sabedoria da IBC de vez por outra abordar essa temática, e propondo mesas redondas e debates que tanto colaboram com nosso contínuo aprendizado. Segue no link, programação da Série Eu e Minha Casa.

quinta-feira, 11 de maio de 2017

Alien – Covenant


Sequência de Prometheus (2012), o terror Alien – Covenant (EUA/Austrália/Nova Zelândia/Reino Unido, 2017), de Ridley Scott sequência da franquia iniciada com Alien, o 8º Passageiro tem uma série de erros banais, que deixam o filme ralo, apesar dos interessantes questionamentos levantados no prólogo, acerca da criação humana.

No ano de 2104, a tripulação da nave colonizadora Covenant, está em direção a um remoto planeta no lado distante da galáxia, com o objetivo chegar ao planeta Origae-6, quando a tripulação é acordada em virtude de problemas na nave após um acidente cósmico antes de chegar ao seu destino faz com que Walter (Michael Fassbender), o andróide a bordo da espaçonave, seja obrigado a despertar os 17 tripulantes da missão. Enquanto cuidam dos reparos, eles recebem uma transmissão vinda de um sistema desconhecido e também aparentemente habitável, mas descobrem ao invés de um paraíso inexplorado, um mundo escuro e perigoso.


Oram (Billy Crudup) que assume o posto de capitão, devido a um acidente ocorrido com o líder no momento em que todos são despertos. Oram, mesmo contestado por Daniels (Katherine Waterston), decide ir ao local para investigá-lo, considerando até mesmo a possibilidade de deixar de lado a viagem até Origae-6 e se estabelecer por lá. Só que, ao chegar, eles rapidamente descobrem que o planeta abriga seres mortais. Alguns sobrevivem graças a ajuda do androide David (Michael Fassbender, que surge parecendo seu personagem em Assassins Creed), um dos sobreviventes de Prometheus, e que agora vive neste planeta.


Clique e confira o trailer de Alien – Covenant:

quarta-feira, 10 de maio de 2017

Norman: Confie em Mim


Comédia dramática Norman: Confie em Mim (Norman: The Moderate Rise and Tragic Fall of a New York Fixer, Israel/EUA, 2016) de Joseph Cedar, diretor americano, estabelecido em Israel faz um emaranhado de ideias bacanas, num filme que emobra se perca no terceiro ato, nos entrega algo interessante e diversificado dos padrões atuais que vemos no cinema hollywoodiano. O filme se propõe a mostrar exatamente o que seu subtítulo original diz: A ascensão moderada e queda trágica de um operador financeiro judeu em Nova York.

O filme é focado em Norman Oppenheimer (Richard Gere numa atuação segura e exuberante) que é o dono de um pequeno negócio de consultoria estratégica, propondo aplicações financeiras como compras de dívidas, que possam ter alto rendimento. Interessado no mercado israelense, ele faz amizade com um jovem político em ascensão, Micha Eshel (Lior Ashkenazi). Três anos depois, Eshel torna-se primeiro ministro israelense e um influente líder mundial, transformando drasticamente a vida de Norman tanto positivamente quanto negativamente.

Norman mantém contatos com um magnata (Dan Stevens), um rabino (Steve Buscemi) e seu sobrinho (Michael Sheen). E ele sabe usar de engenharia social para conseguir lograr êxito. As cenas do primeiro ato são hilárias, especialmente a compra do sapato para o amigo, um caro que saiu barato, ou não... E sabe aquelas piadas envolvendo os judeus e suas capacidades de serem chantagistas? Elas são a espinha dorsal do filme, que faz piada até de si próprio. E quando o personagem principal sofre uma grande transformação, surge outro pra ocupar o seu papel no quarto ato. Irônico, se não fosse trágico.

Em tempos de tantos escândalos políticos em nossa nação, muitos deles frutos de lobistas mal intencionados que se utilizam das amizades para se darem bem, o filme vem a calhar para mostrar como a política transforma a vida das pessoas que se envolvem nesse emaranhado de relações. Afinal, quem não queria ser amigo de Lula aqui no Brasil... O elenco coadjuvante do filme atua de modo seguro, mas o destaque vai Richard Gere que protagoniza um personagem incógnito, mas altruísta o suficiente para ser capaz de se doar totalmente pela sua causa. Pela trilha sonora, divisão do filme em atos, parece que estamos diante de uma obra de Woody Allen.

Originalmente, o nome do filme seria Oppenheimer Strategies. Destaca-se o fato dele ter sido filmado em Nova Iorque e em Jerusalém, sendo o primeiro filme em língua inglesa de Joseph Cedar, do excelente Beaufort (2007) que foi indicado ao Oscar de Melhor Filme estrangeiro.


Confira o trailer de Norman: Confie em Mim:

segunda-feira, 8 de maio de 2017

A Autópsia


Suspense A Autópsia (The Autopsy of Jane Doe, Reino Unido/EUA, 2016), de André Øvredal mostra o terror que deve ser a profissão de um necromante e a rotina de um necrotério, especialmente numa cidade pequena com poucos homicídios. Conta com boas atuações de Brian Cox e Emile Hirsch (o garoto de Speed Racer)

O filme apresenta o experiente necromante Tommy Tilden (Brian Cox) e Austin Tilden (Emile Hirsch), seu filho, que são os responsáveis por comandar o necrotério da família, em uma pequena cidade do interior dos Estados Unidos. Os trabalhos que eles recebem no porão de suas casas, costumam ser muito tranquilos por causa da natureza pacata da cidade, mas, certo dia, o xerife local (Michael McElhatton) traz um caso complicado: uma mulher desconhecida foi encontrada morta nos arredores da cidade - "Jane Doe", que significa "Fulana" no jargão americano. Conforme pai e filho tentam descobrir a identidade da mulher morta, coisas estranhas e perigosas começam a ocorrer, colocando a vida dos dois em perigo.

O filme tem certos clichês do gênero, mas a sinopse é interessante e o clima de suspense é bem construído e desenvolvido no filme. A diferença etária do pai e do filho causa um pouco de estranheza, ainda mais quando o roteiro apenas flerta com a morte da esposa/mãe, mas não aprofunda nada neste aspecto, no entanto isto não compromete o filme. O trabalho do diretor norueguês André Øvredal está correto, sempre com segurança nas tomadas, sem grandes apelos de câmera. O grande mérito do filme, é o fato dele ser didático na questão investigativa criminal, da análise do corpo, para descobrir o motivo da morte. Apesar disso, trata-se de um filme esquecível e até dispensável.

Confira trailer de A Autópsia:





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