sexta-feira, 8 de setembro de 2017

Polícia Federal - A Lei é Para Todos


Nacional Polícia Federal - A Lei é Para Todos (Brasil, 2016) de Marcelo Antunez surpreende ao apresentar os bastidores da Operação Lava-Jato, que desencadeou uma série de investigações sobre a corrupção no Brasil na vibe de Tropa de Elite. O filme acompanha desde o início do processo, até a condução coercitiva do ex-presidente Lula... Apesar das cenas pós créditos, que apresentam as malas direcionadas a Aécio Neves através de seu primo, o filme é partidário ao ter como objetivo tentar de alguma forma impedir a reeleição de Lula em 2018.

Durante a realização da Operação Bidone, a Polícia Federal apreende no interior um caminhão carregado de palmito, que trazia escondido 697 kg de cocaína. A investigação recai na equipe montada por Ivan Romano (Antonio Calloni), sediada em Curitiba e composta também por Beatriz (Flávia Alessandra), Júlio (Bruce Gomlevsky) e Ítalo (Rainer Cadete). As conexões do tráfico os levam ao doleiro Alberto Youssef (Roberto Birindelli) e, posteriormente, ao ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa (Roney Facchini), que revela uma imensa estrutura envolvendo construtoras e o governo, de forma a desviar dinheiro público. À medida que a investigação avança, o grupo liderado por Ivan se aproxima cada vez mais de alguns dos políticos mais influentes do país.

O filme apresenta uma montagem coerente, que prende a atenção do espectador ao mostrar a visão da Polícia Federal no desencadear dos acontecimentos. Mas o grande problema é o roteiro que tem um viés partidário ao longo do filme que acaba comprometendo em sua narrativa de fatos, apesar do acerto inicial de mostrar como a apreensão de um caminhão de palmito levou até uma importante investigação anticorrupção. Marcelo Serrado interpreta o juiz Sérgio Moro, que recebe na projeção um destaque maior do que o necessário, sendo quase alçado a herói nacional. O filme foi rodado meio que às pressas, nas cidades de Brasília, Curitiba, Rio de Janeiro e São Paulo. E claramente a intensão de lançar ele no dia 7 de setembro, após a condenação de Lula por Sérgio Moro denotam o viés partidário do filme de coxinhas para coxinhas.


Calloni se destaca na atuação, com sua liderança da equipe de "Vingadores" da polícia, assim como o Marcelo Serrado que entrega uma atuação sólida e bem construída. Flávia Alessandra é a mais fraca do elenco, tem que ficar repetindo didaticamente o que acabou de ser mostrado, pra ficar claro na mente do espectador o que está acontecendo. Apenas no terceiro ato do filme, vemos a utilização de arquivos da Rede Globo e da presidente Dilma, dando uma direção clara de quem eles querem atingir. A dose se torna exagerada, com a atuação caricata de Ary Fontoura na interpretação de um Lula arrogante e sem escrúpulos.

A direção de Marcelo Antunez (co-diretor das comédias banais  Qualquer Gato Vira-Lata 2 e Até que a Sorte nos Separe 3) está coerente e surpreende com os momentos tensos do filme, especialmente a cena inicial de captura de Alberto Youssef (Roberto Birindelli) no Hotel Luzeiros, em São Luiz (me hospedei lá em 2011). Antunez já afirmou que pretende fazer uma trilogia, inclusive o final já deixa claro a existência de uma continuação, apresentando os fatos ocorridos após a condução coercitiva e o andamento das investigações, especialmente os fatos da delação da JBS e as acusações contra Aécio Neves e Michel Temer que certamente farão parte de uma eventual continuação.


Assista ao trailer Polícia Federal - A Lei é Para Todos:



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